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Emoções no autismo: como a fonoaudiologia ajuda crianças a reconhecer expressões faciais

Desenvolver as emoções no autismo é tão importante quanto desenvolver habilidades motoras, sensoriais e/ou comportamentais, principalmente para que pessoas autistas consigam compreender as expressões faciais, que também são uma ferramenta de comunicação e interação social.

Além disso, assim como todas as pessoas típicas, pessoas atípicas também precisam de apoio para compreenderem as próprias emoções e, como consequência, passam a entender emoções e expressões de pessoas com quem interagem.

E por que é tão importante desenvolver essa habilidade? Neste artigo falaremos sobre isso. Confira!

Autistas não têm emoções?

Embora seja comum pensar que pessoas no espectro autista têm dificuldades em expressar emoções e compreender expressões faciais, essa afirmação não é verdadeira.

Pessoas no Espectro do Transtorno Autista (TEA) são sim capazes de compreender e expressar as emoções, assim como qualquer pessoa típica.

O que acontece é que muitas possuem formas diferentes de se comunicar e se expressar, ou possuem dificuldades em se comunicarem com outras pessoas.

É importante observar as particularidades de cada pessoa autista, pode ser que ela busque outras formas de dizer o que está sentindo, através de desenhos ou outros gestos (apontando para algum objeto, por exemplo).

Por isso, uma das funções da fonoaudiologia e/ou da psicologia, é auxiliar o autista numa maneira de se expressar, que esteja ligada e faça sentido para as pessoas que ele convive, como o cuidador, por exemplo, facilitando assim o entendimento da comunicação.

 

Lidando com as Emoções e Expressões Faciais no Autismo

As crianças no espectro autista podem ter mais dificuldades para reconhecer e utilizar de expressões faciais e outras expressões não verbais para interagir com alguém, como, por exemplo:

Imitações;

Posturas;

Gestos;

Expressões faciais;

Contato visual;

Tom de voz;

Ironia.

É importante ressaltar que expressões faciais são muito importantes nas interações sociais e na comunicação com outras pessoas.

Inclusive, é comum que bebês usem as expressões faciais para se comunicarem com os pais e serem compreendidos; por isso é tão importante atentar-se na falta de desenvolvimento dessas habilidades em crianças atípicas.

Para auxiliar a pessoa autista, é preciso lembrar de utilizar sempre uma comunicação direta, verbal, sem ironia e figuras de linguagem.

Emoções no autismo e expressões faciais: como as pessoas com TEA lidam

Pessoas autistas podem ter diferenças na forma de compreender e expressar as emoções em comparação com pessoas típicas e neurotípicas. Essas diferenças podem estar relacionadas a vários aspectos do TEA, como a dificuldade de comunicação social e a sensibilidade sensorial.

Expressões Faciais

As expressões faciais podem ser complexas e sutis — visualmente falando — envolvendo uma combinação de músculos faciais e expressões específicas dos olhos, boca e outras partes do rosto. Pessoas autistas podem ter dificuldade em captar esses detalhes e interpretar corretamente as emoções que estão sendo expressas.

Além disso, podem apresentar menos expressões faciais espontâneas ou podem ter expressões faciais que não correspondem necessariamente às emoções que estão sentindo.

Isso pode levar a mal-entendidos por parte dos outros, que podem interpretar erroneamente as emoções da pessoa com TEA com base em suas expressões faciais.

Lidar com Emoções

Pessoas com TEA podem experimentar emoções da mesma forma que pessoas neurotípicas, mas podem ter dificuldade em identificar, nomear e expressar suas emoções, o que pode complicar a compreensão das emoções dos outros.

A falta de habilidades sociais e de comunicação pode tornar desafiador o compartilhamento de emoções e a expressão emocional. Por exemplo, algumas pessoas autistas podem ter dificuldade em expressar emoções de forma convencional, como chorar quando estão tristes ou sorrir quando estão felizes.

Eles podem encontrar maneiras alternativas de expressar suas emoções, como através de comportamentos repetitivos, estereotipados ou de interesse intenso em certos tópicos.

É importante notar que o TEA é um espectro, ou seja, cada pessoa autista é única em termos de suas características e experiências. Nem todas as pessoas terão as mesmas dificuldades ou habilidades em relação às emoções e expressões faciais.

Algumas pessoas com TEA podem desenvolver estratégias e habilidades para lidar com suas emoções ao longo do tempo, enquanto outras podem precisar de apoio adicional para entender e expressar suas emoções de maneira adequada.